segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Ecoturismo: uma práxis responsável

Por Gabriela Rodrigues
Mestranda do Programa de Pós Graduação em Bioética da PUCPR

Fonte Legenda

Sendo a natureza não mais que um objeto à disposição da razão humana, podemos constatar que o cartesianismo antropocêntrico estabeleceu um grande distanciamento na relação ser humano/natureza. 
Nos últimos anos vem ocorrendo uma crescente conscientização global sobre os impactos causados pela relação ser humano/natureza. Essa consciência humana, embora tardia, fez com que o ser humano procurasse retomar este contato com o entorno. Uma das maneiras de se buscar um resgate da relação ser humano/natureza seria com o ecoturismo; que tem por objetivo a aplicação de princípios e valores éticos do comportamento do turista, a sustentabilidade, que visa o desenvolvimento do ambiente não degradando e não interferindo na qualidade de vida da comunidade local, juntamente com o aspecto educacional. Entretanto nem sempre isso vem sendo cumprido. 
Fonte Imagem
Como podemos verificar, o Ecoturismo é uma forma de lazer que alia a responsabilidade sobre as áreas naturais, o bem-estar da população local, a uma orientação filosófica, ao desenvolvimento sustentável e à educação. Mas, a sua prática causa impactos na natureza, na organização social, econômica cultural das comunidades anfitriãs e nos turistas. 
Dentre os impactos, destaca-se especulação imobiliária, aumento do custo de vida, concorrência, conflito de costumes, influência de hábitos urbanos nas comunidades anfitriãs, prostituição, exposição de agravos à saúde, compactação do solo, poluição, incentivo ao uso de animais em souvenires e tráfico de animais. A Educação Ambiental aparece como forma de resgate na relação homem/ambiente, visando preparar cidadãos conscientes para uma atuação mais compreensiva e responsável em relação ao mundo. 
A hierarquia axiológica deve ser alterada com a Educação (ambiental) através de um trabalho de sensibilização, compreensão e ação da necessidade deste diálogo que conforme Gadotti (2000) exige valorização da ação e emoção refletindo uma práxis responsável. Faz-se  necessário a busca de equilíbrio, sendo benéfico a todos os envolvidos. A bioética ambiental promove esse diálogo.