Por Gabriela Rodrigues
Mestranda do Programa de Pós Graduação em Bioética da PUCPR
Éticas Ambientais
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Há necessidade de mudança nas
ações do homem para com a natureza. Da
substituição do homem antropocêntrico que prioriza os interesses econômicos e
científicos (Ética Antropocêntrica)
e se preocupa apenas com as consequências na tomada de decisões éticas (Ética Utilitarista), pelo homem
ecocêntrico (Ética Ecocêntrica de
Leopold) que vai contra a sociedade de consumo, progresso e individualismo;
Biocêntrico (Ética Biocêntrica) com
uma visão holística, sem a existência de domínio ou posse; e senciocêntrico ( Ética Senciocêntrica de Singer e Regan)
que dá ênfase a senciência como parâmetro para ingresso dos seres na comunidade
moral, indo contra a Ética
Contratualista que embora inclua os animais na comunidade moral, não os
considera agente morais mas sim pacientes, tendo seu direitos mas não deveres. A
ética ambiental surge com a proposição de éticas que norteiem essas ações.
Leonardo Boff alerta em sua Ética das
Urgências que por toda a parte apontam sintomas que sinalizam grandes devastações no planeta terra e na
humanidade. Potter com a Ética da Vulnerabilidade chamou atenção
para a vulnerabilidade da natureza
diante das ações do homem. O homem faz parte da natureza, e como tal
deve proteger a natureza pelo seu valor intrínseco utilizando-se da Ética das Virtudes de Aristóteles que
objetiva conhecer a natureza como um valor transformativo para o ser humano no
intuito de uma conscientização ecológica que pode também ser adquirida pela Ética do Cuidado, de Leonardo Boff que atenta
para a necessidade de conscientização ecológica através da sensibilização e
educação de novas virtudes expressa em valores e atitudes. Hans Jonas chama
atenção para a necessidade de responsabilidade do homem com a natureza, que
antes cuidava de si mesma, agora já não consegue mais se recompor, em sua Ética da Responsabilidade, contemplando os deveres dos seres humanos para com as
futuras gerações, preocupação esta, até então, não refletida. A Etica
da Alteridade proposta por Emmanuel
Levinas traz a responsabilidade em relação ao outro. Para se chegar a um acordo racional sobre
questões normativas por todos os envolvidos surge a Ética do Discurso de Habermas, trazendo a proposta do diálogo para
resolução dessas questões, sucedendo a Ética
Comunicativa de Karl que parte do suposto de que a linguagem faz a ponte
entre a filosofia, a sociologia e a psicologia. A Ética da Solidariedade vai de encontro, uma vez que, é condição
para a possibilidade de formação democrática e cidadã da vontade política
comum. A natureza abriga nossas vidas, histórias e antepassados. Não fomos
capazes de perceber sua riqueza. A reconquista da espiritualidade e a
necessidade de uma releitura do mundo podem ser conseguidas através da Ética da Compaixão, de Schopenhauer.