Por Juliana Zacarkin Dos Santos
Mestranda do Programa de Pós Graduação em Bioética da PUCPR
A relação entre o Homem e a
natureza em seu início era equilibrada e harmoniosa, o homem extraía somente o
que era necessário para a sua sobrevivência e como muitas comunidades eram
nômades, mudavam frequentemente seus locais de moradia, o que possibilitava
tempo para a natureza se restabelecer. O Homem via a natureza como grandiosa e
tinha por ela grande respeito.
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Homem Pré-histórico
(200 mil anos há 12 mil anos)
Relação Natural
Natureza = Poderosa
Esta relação começou a mudar a
partir do surgimento da agricultura, o homem se coloca acima da natureza e
passa a domina-la.
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Agricultura
(12 mil anos)
Natureza = Recurso
Domínio e Controle
Com essa mudança de postura do
Homem se faz necessário refletir sobre essa relação, surge a necessidade de
reflexões sobre o comportamento do homem, temos então a Moral e a ética.
- MORAL: o conjunto de regras aplicadas no cotidiano
e usadas continuamente por cada cidadão. Essas regras orientam cada
indivíduo, norteando as suas ações.
- ÉTICA: um conjunto de conhecimentos extraídos da
investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais
de forma racional, fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão
sobre a moral.
Por que precisamos da ética?
Porque todas as decisões que vamos tomar e que não dizem respeito somente a nós
e envolvem outros seres devem ser pensados a partir da ética, o problema é que
sempre tomamos as nossas decisões considerando somente nosso ponto de vista, e
como nossas decisões envolvem outras pessoas e seres vivos devemos ponderar
junto com os outros e não somente a partir de nossas convicções.
Surgimento da Bioética foi
inspirado pelo surgimento da Ecologia, este termo foi criado pelo Biólogo
Alemão Ernst Haeckel (1834-1919) e é o estudo do inter-relacionamento de todos
os sistemas vivos e não-vivos entre si e com seu meio ambiente. A palavra Ecologia
vem do grego “oikos” que significa casa, então podemos dizer que é
o estudo da casa.
Ecologia ambiental: Se preocupa
com o meio ambiente para que não sofra desfiguração. Natureza fora do ser
humano e da sociedade.
Ecologia social: Não quer só meio
ambiente, mas o ambiente inteiro, Insere o ser humano e a sociedade na
natureza, saneamento, saúde, escola. Injustiça social.
Ecologia profunda: Causas não
estão somente no tipo de sociedade, mas no tipo de mentalidade que vigora, teia
de relações, respeito e veneração com a Terra.
Ecologia Integral: Visão da Terra
de fora da terra – planeta azul, uma única entidade. Visão global e holística –
totalidade orgânica
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Na década de 70, Van Renssaler Potter através do livro e
conceito Bioética Ponte, alerta sobre a necessidade de uma nova disciplina que
sirva de ponte entre ciência e humanidades, uma ponte para o futuro ponte entre
Ciências Biológicas e Ética, surge então o termo BIOÉTICA, com o intuito de ser uma nova
ética para dar respostas à deterioração das relações homem x natureza.
Porém a Bioética como ponte entre
as ciências a qual Potter sinaliza não foi uma realidade nesta década, a
Bioética assumiu um papel muito importante na parte clínica, para resolver
dilemas cotidianos em Hospitiais, este ramo da Bioética é um dos que mais
avançou e pode ser chamado de microbioética, pois se destina a resolver casos
isolados, já a Bioética ambiental pode ser chamada de macrobioética, pois se
destina a pensar globalmente.
Para chamar a atenção para sua ideia original
Potter volta a escrever e fala da Bioética Global que surge a partir da ideia
da “Ponte” e sugere uma aproximação da ética médica e da ética ambiental,
segundo o pai da Bioética é necessário sair das decisões clínicas do dia-a-dia
para abordar também as consequências a longo prazo das ações, considerar
principalmente o impacto ambiental. Depois da Bioética Global, Potter fala da
Bioética Profunda, na qual Todas as especialidades éticas precisam ir além de
seus dilemas éticos imediatos e avançar para suas obrigações a longo prazo.
Para a Bioética Ambiental: Todos
os seres vivos são interdependentes; a natureza é finita; é necessária uma
convivência pacífica do Homem com o natural e o respeito à natureza deve ser
uma missão política, ética e jurídica.
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